Categorias
Kabbalah Philosophy

Manifestação como sinal de ruptura

No vídeo Timelapse of the Future: a Journey to the End of Time (em tradução livre, Cronologia do Futuro: uma Jornada ao Fim do Tempo), é mostrada uma previsão detalhada acerca do futuro possível de nosso Universo. Algumas ideias merecem destaque. Entre elas:

  • A harmonia real, como ausência de instabilidade em nossa atual estrutura de realidade, poderia ser representada pela escuridão, por estados inerciais da matéria e por temperaturas extremamente baixas;
  • A manifestação de algo, nesta dimensão, poderia ser entendida como ruptura da ligação entre partículas.

Eu entendo o Caos como o estado original da verdadeira realidade, a partir do qual a própria ideia de Deus poderia ser concebida. Esta Mente Primordial pode ser comparada a um sonhador que cria, como por Arte, inúmeros personagens por pares de opostos fundamentais. Enquanto aquelas imagens gêmeas dançam em pares, elas permanecem como elementos do sonho perfeito. No que toca às gêmeas de cada par em particular, quando se separam, uma delas cai no mundo do fenômeno, uma dimensão instável na qual metades (alijadas de seus pares primordiais) colidem umas com as outras até sua aniquilação, quando retornam às suas contrapartes.

LEIA MAIS:


Diferente do que reza o senso comum (e a Kabbalah), não penso que o calor (através do elemento Fogo) represente a dimensão divina. A luz visível, para mim, não é imagem da pureza. Com isso, não quero dizer que as energias da Morte estejam relacionadas ao frio e escuro caráter da Divindade Primeva, uma vez que tais energias são tão efêmeras e falsas como a luz que brilha nesta realidade tridimensional e virtual. A Mente escura e fria é puro Silêncio. A Mente Divina jamais conheceu a ruptura, já que ela é inconsciente.

(Na verdade, quando falo que a Mente Divina, que chamo de Magna Simulatrix, é inconsciente, o faço ciente das limitações incontornáveis de nossa linguagem e de nosso raciocínio. Deus não pode ser definido; d’Ele, só poderíamos falar o que ele não é. Se, acaso, Deus fosse algo do que dizemos d’Ele, ele não seria mais Deus, mas uma personificação de conceitos, de emoções, de experiências sensíveis. Se alguém diz ser Deus mal, aquele está errado; se diz Deus ser bom, está igualmente errado. Deus não pode receber adjetivos, Ele é imanente. Apenas é. Deus é vazio e intransitivo. Adoramos não a Deus; não o honramos de forma alguma. O D maiúsculo em nossa referência a Ele é apenas um sinal gráfico de nosso respeito ao objeto de nossa devoção, e Deus não pode ser objetivado.)

A mais avançada forma de meditação concentrada pode ser alcançada pela completa Consciência dos ciclos finitos, a qual leva ao inevitável fim de tudo. Nosso apego às formas finitas da vida subsistente e do gozo nos prende a esta atmosfera de ansiedade e medo. Tal medo é inútil a nós todos, já que Deus só pode estar além de todo (não em todo) fenômeno. Se Deus é Tudo, Tudo é Nada, ainda que nossas Mentes possam conceber Nada como algo.


Apoie a Central Matrix

Seja um(a) apoiador(a) da Central Matrix! Ajude o site a crescer, oferecer melhores recursos e alcançar mais pessoas. Com uma contribuição mensal, você terá acesso aos conteúdos premium destinados a entusiastas da tecnologia, dos Mistérios do Universo e da liberdade de pensamento.

Você pode se tornar apoiador(a) através do Paypal ou Pagseguro
.

Por Júlio [Ebrael]

Blogger, amateur writter, father of one. Originally Catholic, always Gnostic. Upwards to the Light, yet unclean.

// Port.: Blogueiro, poeta amador, pai. Católico, casado. A caminho da Luz, mas sujo de lama.

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.